Introdução

Oi, meu nome é Jonas Esteves, sou artista visual e vou compartilhar meu projeto Máquina Sensível.

Minha pesquisa artística e acadêmica envolve investigar meios de intervir em nossa percepção sobre o ambiente, seja amplificando os sentidos do nosso corpo ou criando mecanismos para captar e traduzir dados ambientais que passam a ser lidos por nós com outros sentidos de nosso corpo.

Assim criei Máquina sensível - um vestível, que é uma obra de arte feita para ser usada no corpo - uma espécie de vestimenta - nesse caso uma mochila, que quando ativada proporciona uma experiência corporal na pessoa que a usa.

Minha proposta para o FOCA foi reunir um grupo de pessoas e compartilhar meu processo de pesquisa, falar do meu trabalho como pesquisador do campo da arte, ciência e tecnologia e do que me move como artista, dos questionamentos que tenho sobre o modo como nos relacionamos com o meio em que estamos - seja na cidade ou na natureza e as tecnologias que usamos no dia-a-dia, que aceleram nosso pensamento, criam atalhos e ao mesmo tempo afetam nossa percepção, nossa memória, nos aceleram, nos apreendem numa tela.


Nos meses de maio e junho, em parceria com o centro cultural da escola Sesc, que fica em Jacarepaguá no Rio de Janeiro, apresentei algumas reflexões sobre o fazer artístico mediado por dispositivos eletrônicos.

Apresentei um panorama da história da arte e tecnologia, discutindo como os artistas se apropriam, criam e recriam as tecnologias em suas produções, para isso estudamos nomes como Moon Ribas, Neil Harbisson, Eduardo Kac. Aprofundamos o debate na tecnologia como elemento cênico e sua importância em trabalhos performativos, na cena e no teatro. Como exemplo apresentei a produção do grupo De Pernas Pro Ar que além de suas apresentações desenvolvem também objetos cênicos. Nas conversas com os participantes eles apresentaram seus interesses, suas pesquisas e produções, e a partir disso busquei trazer exemplos de obras de artistas e grupos que trabalham com tecnologias e nesse contato ajudar a criar um repertório para catalisar ideias e inspirações aos projetos de cada participante.

Também demonstrei alguns recursos eletrônicos como arduino, que é um microcontrolador que serve para fazer diálogo entre o mundo físico e digital, com ele somos capazes de criar dispositivos que se ativam de tempos em tempos de forma automática. O Raspberry, um microcomputador que muitas vezes pode ser utilizado no lugar de um computador normal, controlando luz, som e imagem com um valor mais acessível. Visitamos o laboratório maker da escola para trocarmos experiências com a equipe do Lab.

Os alunos foram incentivados a pensar em soluções para as suas produções com tecnologias. Disponibilizei dispositivos eletrônicos para experimentações, assim eles puderam conhecer como programar para controlar motores, acionar luzes e outras funções básicas.

Cada um esboçou um projeto e em grupo buscamos as soluções para o desenvolvimento. Nesses exercícios eu buscava também enfatizar os aspectos comuns dos projetos deles com o da Máquina Sensível, que tem a performance como meio de expressão e com a interação a partir de um objeto vestível.

No FOCA através do formato de oficina proporcionamos reflexões sobre o fazer, era um grupo de alunos de Teatro da escola Sesc localizado em Jacarepaguá no Rio de Janeiro. Na ocasião apresentamos um panorama da história da arte e tecnologia, apresentar como a tecnologia é integrada à produção dos artistas e posteriormente sobre como dispositivos são utilizados em atos performáticos, na cena e no teatro.

Nesse primeiro contato tivemos a apresentação breve de todos os alunos participantes, compartilhando um pouco sobre os seus processos e objetos de pesquisa. Nesse diálogo foi possível perceber as possibilidades de aplicação dos conhecimentos compartilhados na oficina as produções dos alunos. Logo buscamos através de artistas brasileiros que tem uma produção artística que tem parcerias com companhias de teatro ou que atuam no campo da performance.

No segundo encontro pudemos ter um pouco mais de afinidade com as tecnologias disponíveis para confecções de obras. Conversamos sobre o arduino, um microcontrolador que serve para fazer diálogo entre o mundo físico e digital, com ele somos capazes de criar dispositivos que se ativam de tempos em tempos de forma automática. Outros dispositivos como o Raspberry, um microcomputador que muitas vezes pode ser utilizado no lugar de um computador normal, controlando luz, som e imagem com um valor mais acessível. Apresentamos a possibilidade de diálogo com outros profissionais, como técnicos de eletrónica, programadores, pensando na possibilidade de parcerias para a execução de uma obra.

No terceiro encontro provocamos os alunos a pensarem soluções para as suas produções com tecnologia, disponibilizamos para o manuseio dispositivos eletrônicos que controlam motores, luzes mostrando um pouco do seu funcionamento. Provocamos os mesmo a desenharem seus projetos para que fique mais clara sua apresentação para os demais participantes para que juntos pudéssemos pensar soluções. Tais provocações flertavam com o projeto Máquina Sensível por serem muito pensados para a performance, para o corpo em ação, logo muitos dos projetos eram pensados em vestíveis.