Companion

CompanionCompanion, 2021

Em 2013 na minha primeira exposição individual tive a oportunidade de apresentar uma ideia que dei o nome de Acompanhante Diário. Tratava-se da laboração de um dispositivo que pudesse ser acoplado ao meu corpo e que ao decorrer do dia pudesse capturar dados, seja a minha trajetória via GPS, dados ambientais, fragmentos de áudio e vídeo ao longo do dia e que posteriormente poderiam ser reinterpretados por um corpo robótico. Assim como outros processos meus, são ideias que são registradas em desenho e com o decorrer do tempo onde posso em dado momento através da minha evolução quanto as habilidade de programação e eletrônica trazer para a experimentação física, assim como o fiz com o Parasite Vírus.

Acompanhante DiarioAcompanhante Diário Caneta nanquim em parede, 2013. Foto de Daniele Zacarão na exposição E X E C U T E - S E do artista Jonas Esteves. Galeria Octavia Criciúma, Santa Catarina 2013. Fonte: Acervo do artista
Acompanhante DiarioAcompanhante Diário Caneta nanquim em parede, 2013. Foto de Daniele Zacarão na exposição E X E C U T E - S E do artista Jonas Esteves. Galeria Octavia Criciúma, Santa Catarina 2013. Fonte: Acervo do artista
Acompanhante DiarioAcompanhante Diário Caneta nanquim em parede, 2013. Foto de Daniele Zacarão na exposição E X E C U T E - S E do artista Jonas Esteves. Galeria Octavia Criciúma, Santa Catarina 2013. Fonte: Acervo do artista

Revisitando a ideia do Acompanhante Diário, foi possível refletir sobre a reverberação dos dados coletados, o resultado de uma ação performática que após ser registrada poderia posteriormente ser lida em um dispositivo como uma partitura. Trazendo para a atual pesquisa, pensei em criar um dispositivo companhia, o Companion.

Surge dessa indagação o Companion como desdobramento dessa experiência, onde busca-se criar um dispositivo que estabeleça uma reverberação em tempo real a partir da ativação do participador com a X-plorer + Parasite Vírus.

Quando ligado, o Companion oferece uma espécie de face, olhos que ficam olhando para os lados como se estivesse procurando algo e uma luz vermelha fica acesa, essa luz vermelha indica que ele está em stand by, à espera de algum sinal, no caso a entrada de dados. A partir da ativação da X-plorer + Parasite Vírus, quando a obra estabelece conexão com a internet enviando os dados coletados ao servidor, o Companion passa a acender uma luz verde a cada pulso de dados recebidos e vibra. Em sua tela são dispostos os dados coletados e em seguida seus olhos voltam a aparecer como se procurando ou a espera de algo.

CompanionCompanion 10cm x 7cm x 4,5cm, 2021. Nodemcu, tela oled, motores de vibração e acrílico. Fonte: Acervo do artista

Por hora o dispositivo funciona de forma unilateral, apenas recebe os dados enviados e os exibe em seu monitor. Com o decorrer das ativações ao longo dos próximos anos a partir de outros participantes, outros sensores podem ser adicionados. A intenção também é que em breve o Companion possa ser acoplado a diferentes corpos robóticos oferecendo diferentes interpretações dos dados coletados.

Outra possibilidade além do acoplamento a um dispositivo poético, um corpo robótico como um drone por exemplo, imagino o Companion como um dispositivo acoplado ao corpo, reagindo às leituras da X-plorer + Parasite Vírus. No caso o Companion fica na expectativa da ativação por parte do participador que irá utilizar a X-plorer + Parasite Vírus.