O Projeto
Máquina Sensível organiza e relaciona um conjunto de trabalhos de minha autoria cuja essência é baseada na relação entre corpos, dispositivos vestíveis – wearables, e paisagens afetivas, que foram objeto de pesquisa em meu mestrado, no qual investiguei formas de percepção na natureza mediadas por dispositivos acoplados ao corpo.
Ativação da X-plorer + Parasite Vírus no Parque Natural Municipal Morro do Céu, Criciúma/SCParasite Vírus
O primeiro esboço dessa obra foi realizado em 2011 e, a partir dele, diversos estudos foram necessários até que, em 2020, resultassem num protótipo com as funcionalidades inicialmente projetadas. A Parasite Vírus é um dispositivo eletrônico portador de um vírus fictício que ao ser acoplado ao corpo faz leituras de dados biológicos do usuário e passa a utilizá-los para sua “sobrevivência” e desenvolvimento, crescendo na medida em que recebe curtidas em redes sociais.
Parasite Virus Acrílico, velcro, arduino, raspberry, sensor de batimento cardíaco, programação em processing. 2020.X-plorer
Minha investigação sobre vestíveis e dispositivos sensíveis para serem acoplados ao corpo, sobre o sujeito aparelhado e outras formas de fruição através da tecnologia foram iniciadas durante minha participação no laboratório aberto realizado em maio de 2018, no Museu do Amanhã, como parte da programação da 8ª edição do Hiperorgânicos - Simpósio Internacional de Pesquisa em Arte, Hibridização, Biotelemática e Transculturalismo, promovido pelo Núcleo de Arte e Novos Organismos – NANO, coordenado pelos pesquisadores e artistas Prof. Dr. Guto Nóbrega e Profa. Dr. Malu Fragoso, sediado na Universidade Federal do Rio de Janeiro / UFRJ. Com tema Ancestrofuturismo e cocoordenação da pesquisadora Fabiane M. Borges, o laboratório foi um estímulo para o desenvolvimento da X-Plorer, um dispositivo que pudesse funcionar como um auxiliar durante uma aventura de exploração em territórios, um assistente de navegação. Assim criei um vestível similar a uma mochila equipada com sensores e atuadores que reagem a dados ambientais e que apresentam estímulos ao seu usuário.
X-plorer, Mochila de auxílio ao explorador, 2018Sobre a ativação
A experiência de ativação das obras não se dá apenas com a relação dos objetos e seu usuário, ela se amplia, se afeta e afeta as paisagens e corpos onde são inseridas. As primeiras ativações de Máquina Sensível foram executadas pela artista e pesquisadora catarinense Daniele Zacarão, no Centro Cultural Jorge Zanatta e no Parque Natural Municipal Morro do Céu, ambos situados em Criciúma, Santa Catarina. Em breve outras ativações serão feitas com a participação de outros artistas e interessados nessa experiência.
Ativação da X-plorer + Parasite Vírus no Centro Cultural Jorge Zanatta, Criciúma/SC. Setembro de 2021