Parasite Vírus

Parasite VírusPrimeiro Sketch da Parasite Vírus, 2011

Em 2011 quando eram poucos os laboratórios que desenvolviam e promoviam trabalhos com arte e meios digitais desenvolvi a obra Parasite Vírus. Minha intenção em 2011 era participar do edital do MIS, Museu da Imagem e Som de São Paulo onde anualmente era lançado o edital LABMIS, que promovia obras na confluência de arte e dispositivos eletrônicos. O edital oferecia um suporte financeiro e contava com especialistas de diversas áreas de conhecimento. Naquela época não se mencionava sobre FabLab ou espaços colaborativos que propiciassem essa troca, um espaço que você pode contar com equipamentos, trocar conhecimento para colocar o seu projeto em prática. Contudo acabei não sendo aprovado no edital e a obra ficou no campo da ideia, onde tinha rascunhos do projeto e um vídeo explicativo de como a obra poderia ser executada e como funcionava.

Parasite VírusParasite Virus, esboços e video de prototipo da obra, Centro Cultural Jorge Zanatta - Fundação Cultural de Criciúma 2012.

A obra consistia em uma prótese que seria acoplada ao braço de um hospedeiro, no caso um usuário que poderia ser um performer, artista ou o público interessado na proposição. A ideia era criar um vírus fictício que se alimentasse e se desenvolvesse com base nos dados do hospedeiro como batimento cardíaco, temperatura e o número de “curtir” de uma rede social. O batimento cardíaco seria responsável pelo sua vivência, o ato de curtir seria responsável pelo tamanho, cada curtida da rede social seria um novo vértice nesse vírus fictício e a temperatura seria responsável pela cor. Em 2012 apresentei Parasite Virus como se fosse um projeto de laboratório, algo a ser executado em breve. O Arduino em 2011 ainda não havia chegado ao Brasil, poucas eram as páginas na internet que propiciavam uma troca de conteúdo a respeito de eletrônica experimental, códigos e programação para quem tivesse interesse em construir objetos eletrônicos experimentais.

Parasite VírusParasite Virus, esboços e video de prototipo da obra, Centro Cultural Jorge Zanatta - Fundação Cultural de Criciúma 2012.

Em 2019 com o conhecimento que adquiri nos últimos anos e pelo meu interesse em dar continuidade no processo dei início ao desenvolvimento da obra. Muita coisa mudou de 2011 para 2019, por mais que pareça um curto espaço de tempo os dispositivos se tornaram mais acessíveis assim como o compartilhamento de informação, blogs, sites e vídeos ensinando sobre programação e eletrônica funcionando como facilitador para artistas e demais interessados no assunto. A obra que se encontra em processo já pode ser acoplada ao braço e através do batimento cardíaco é possível visualizar essa primeira interação entre a obra e o hospedeiro, um primeiro passo pensando no desenvolvimento desse vírus fictício.

Parasite VírusParasite Virus Acrílico, velcro, arduino, raspberry, sensor de batimento cardíaco, programação em processing. 2020.
Parasite VírusParasite Virus Acrílico, velcro, arduino, raspberry, sensor de batimento cardíaco, programação em processing. 2020.